Retomando aqui a leitura de “A Cidade Inteligente: tecnologias urbanas e democracia”, me deparei com um trecho sobre a problemática do Uber nas cidades que diz bem assim “Desde que as viagens sejam baratas, os clientes parecem não se importar”
Pra mim, isso aqui tem uma questão muito delicada porque esbarra no limite de não culpar o indivíduo. Isso significa que ninguém tem culpa? Qual é o limite para não se sentir mal usando Ifood, Uber, Airbnb, Amazon? Alguém precisa começar a encarar a complexidade dessa treta e eu não faço ideia de quem será.
A conversa do “individual x coletivo” é muitas vezes indigesta, mas é um debate que tem que acontecer sempre porque problematizar faz parte de encontrar uma – ou muitas – soluções. Ou a gente vai ficar sempre no “mas o indivíduo sozinho não pode carregar a culpa do sistema”, ok, concordo, mas se o debate sempre parar aí a gente nunca vai sair desse lugar.
Eu falo de um lugar que eu sei que tenho muitos privilégios. E eu acho que no meu lugar eu tenho que tentar ações individuais sempre que possível, mas que tenho que tentar levar sempre pro coletivo também. Estar aqui faz parte de um diálogo, uma conversa que pode fazer você ou eu repensar as ações. Pode plantar uma semente pra participar de um projeto, pra entrar pra um coletivo local, pra fazer micropolítica, pra debater o que importa na época das eleições.
O coletivo leva tempo, e eu entendo que, neste contexto que eu falo aqui, o individual faz parte do coletivo. Queria saber o que você acha.